X-MEN # 1
Autores: X-Men - Stan Lee (roteiro) e Jack Kirby (desenhos);
Fera - Walter S. Gomes (roteiro) e Gedeone Malagola (arte).
Preço: NCr$ 0,50 (preço da época)
Número de páginas: 32
Data de lançamento: 1968
Sinopse: A volta do Bolão, primeiríssima aparição dos X-Men
no Brasil, que estreavam com toda pompa, a formatura dos alunos de Xavier,
o surgimento do supercomputador cérebro e, de quebra, um confronto com
Magneto e os Maldosos Mutantes (como era chamada a Irmandade Mutante).
A equipe original, formada por Ciclope, Garota Marvel, Anjo, Fera e Geleira
(Homem de Gelo), enfrenta Magneto, Mercúrio e sua irmã Bruxa Escarlate
(Feiticeira Escarlate), Mestre (Mestre Mental), Bolão (Blob) e Sapo (Groxo).
Na segunda história, Luta de Titãs!, o Fera tem um duelo com um
homem das cavernas que, além de força e agilidade, copia os movimentos
do herói.
Positivo/Negativo: Respirar ar puro. Esta é sensação de ler os
X-Men de Stan Lee e Jack Kirby. Os desenhos do "rei" estavam à frente
de seu tempo. Não foi à toa que influenciou o estilo de tantos artistas
que o sucederam. Sua arte é quase cinematográfica, utiliza noções de movimento
e perspectivas de forma ímpar.
Com a coragem de quem tinha competência, Kirby experimentava novos pontos
de perspectivas e enquadramentos. Na revista se percebe os heróis de costas,
de perfil e em segundo plano, e ele conseguia a proeza de fazer um desenho
ao mesmo tempo detalhado e limpo, sem exagerar nas sombras e hachuras.
Os desenhos angulares, sua marca registrada estão fortemente presentes.
A aventura Luta de Titãs! foi produzida no Brasil, mas os créditos
não aparecem na revista. Na época, como as aventuras dos X-Men tinham
em torno de 20 páginas, a GEP contratou artistas nacionais para
escrever tramas curtas e, assim, conseguir lançar revistas com 32 páginas.
Estas HQs hoje são raridades.
Poucos desenhistas conseguiriam fazer a arte da história seguinte à de
Kirby sem baixar o nível, mas Gedeone Malagola o fez, com desenhos angulosos,
talvez já influenciados pelo artista americano.
Apesar disso, Malagola diferenciava sua arte e mostrava estilo próprio.
Os jogos de claro e escuro, efeitos de sombra e enquadramentos impensáveis
naquela época, evidenciam sua categoria.
Sem medo de errar, em vários quadrinhos utiliza os pés do Fera como ponto
de fuga da perspectiva, pondo-os em primeiro plano, deixando claro para
o leitor o quão importante eram os pés no estilo de lutar do personagem.
Se não houvesse argumento algum - e eles existem, e são bons -, a arte
de Kirby e Malagola já garantiriam satisfação aos amantes das HQs.
Classificação: