X-MEN # 27
Título: X-MEN # 27 (Panini Comics) - Revista mensal
Autores: New X-Men - Grant Morrison (roteiro) e Frank Quitely (desenhos);
Uncanny X-Men - Chuck Austen (roteiro)e Sean Phillips;
Wolverine - Matt Nixon (roteiro) e Jorge Lucas (desenhos); Frank Tieri (roteiro) e Sean Chen (desenhos)
Preço: R$ 6,00
Número de Páginas: 96
Data de lançamento: Março de 2004
Sinopse: Na primeira parte do arco Rebelião no Instituto Xavier, o clima fica cada vez mais tenso na escola para jovens superdotados. O assassinato do estilista mutante Jumbo Encarnado e a aproximação do "dia da abertura", quando alunos humanos serão admitidos no instituto, acirra os ânimos entre os estudantes, em especial o do poderoso telepata Quentin Quire.
A situação se complica ainda mais devido a uma nova droga chamada porrada. Essa substância tem a propriedade de amplificar os dons mutantes de seus usuários, tornando-os ao mesmo tempo impulsivos e violentos. O cenário está armado para uma explosão de violência.
Na história do título Uncanny X-Men, a equipe liderada pelo Anjo também se encontra no Instituto Xavier, tentando se recuperar dos combates das últimas edições. O Homem de Gelo acaba sendo seduzido por uma bela jovem, sobrevivente do massacre de Genosha. A moça só esquece de avisar que é casada com um mutante poderoso e muito ciumento. Somente a intervenção de Estrela Polar poderá salvar a vida de Bobby Drake.
Wolverine novamente comparece com duas histórias solo. A primeira mostra a conclusão da trama iniciada na edição passada. A pedido de seu amigo Shaman, Logan deve ensinar o caminho do guerreiro a um jovem de grande talento para as artes místicas. Esse treinamento pode acabar custando a vida de um deles.
Na seqüência, o leitor confere Logan de volta à civilização. Em um bar, homens sórdidos contam histórias de crimes. Mal sabem eles que, quando se trata de violência, um certo baixinho canadense pode lhes ensinar uma lição...definitiva.
Positivo/Negativo: Desde a fundação do Instituto Xavier e da criação dos X-Men, o sonho do Professor X de convivência pacífica entre humanos e mutantes tem sido a grande aspiração de todos que passaram pela Instituição.
Outros mutantes como Magneto e sua Irmandade acham que a raça humana deve ser subjugada. Alguns alunos X já fraquejaram em suas convicções, como o já falecido Colossus, que durante um período renegou a ideologia de Xavier. Mas, de modo geral, Charles sempre contou com o apoio irrestrito de seus pupilos.
O que poderia acontecer se esta unidade ideológica ruísse? Se uma nova geração de mutantes quisesse romper com as crenças dos X-Men, impondo sua própria visão e ela não incluísse os reles humanos?
Esta é a premissa por trás da nova saga mutante, Rebelião no Instituto Xavier, sem dúvida, o grande destaque deste número de X-Men. Quentin Quire e a droga Porrada serão o estopim para o questionamento da validade do sonho de Xavier nos violentos dias atuais.
A nova batalha dos X-Men vai muito além de determinar qual facção tem mais poder. O embate se dará também no campo da idéias, e somente se conquistar corações e mentes dos jovens, o Professor poderá garantir a continuidade de seus ideais. Por tudo isso, o arco que se inicia promete ser um dos mais marcantes da passagem de Grant Morrison pelo título.
Para completar, ainda há o retorno da arte espetacular de Frank Quitely, que parece finalmente ter sido capaz de desenhar uma seqüência inteira de histórias, após os inúmeros atrasos em edições passadas.
No título Uncanny X-Men, uma história de desenvolvimento de personagens, na qual a ação fica em segundo plano e as relações e problemas pessoais dos heróis são aprofundados. Austen faz uma trama competente, mas sem muito brilho.
O Anjo aparece em boa caracterização, como um verdadeiro líder da equipe. Já Noturno continua com uma abordagem bem enfadonha, em uma eterna crise existencial. Nem de longe lembra o personagem divertido e determinado que liderava o Excalibur. A atração homossexual de Estrela Polar por um colega de equipe foi bem escrita, sem cair no estereótipo de gay afetado, mas também não ignorando a orientação sexual do personagem. Como sempre, Sean Phillips faz um bom trabalho artístico.
Wolverine surpreende com histórias bem razoáveis. Em nada extraordinárias, porém bem melhores do que o que vinha sendo apresentado nos últimos meses. O roteirista Matt Nixon proporciona bons momentos com uma temática manjada, explorando a relação entre mestre e discípulo.
Apesar do enredo clichê, é interessante ver Wolverine em um momento mais filosófico, recitando a filosofia do Bushido, o código de honra dos samurais. Entretanto, o melhor da aventura é mesmo a arte expressiva de Jorge Lucas.
E até mesmo Frank Tieri conseguiu realizar um trabalho decente, ao render homenagem aos filmes de Quentin Tarantino, notadamente Pulp Fiction. Estão presentes o mesmo tipo de escória humana como protagonistas, as transições repentinas de tempo e os diálogos espertos que celebrizaram a fita.
É claro que Tieri está longe de ter o talento do célebre diretor, mas, ainda assim, o resultado é uma boa aventura, que cumpre bem seu papel de divertir e supera, de longe, as fraquíssimas histórias com que o autor vinha oferecendo aos leitores. Sean Chen realiza um trabalho de arte adequado, ainda que sem grande originalidade.
No geral, esta foi uma das melhores edições da revista X-Men nos últimos meses.
Classificação: