X-MEN - ESPELHO NEGRO
Título: X-MEN - ESPELHO NEGRO (Panini
Comics) - Livro de bolso
Autor: Marjorie M. Liu.
Preço: R$ 14,90
Número de páginas: 288
Data de lançamento: Setembro de 2006
Sinopse: Depois de acordar em um hospital psiquiátrico, Jean Grey, Ciclope, Wolverine, Noturno e Vampira descobrem que suas mentes estão habitando corpos humanos. Outra constatação nada animadora: nem o sexo é o mesmo, em alguns casos.
Juntos, os heróis conseguem escapar e promovem uma fuga que inclui a passagem por várias cidades dos Estados Unidos, roubos de carro, comida e dinheiro, além de desconfortos físicos e psicológicos.
Durante a emocionante viagem, até a chegada à Mansão Xavier, eles descobrem que tudo o que está acontecendo é um plano de vingança perpetrado pelo Dr. Maguire, um poderoso mutante transferidor de mentes alheias.
Positivo/Negativo: A história tem uma boa premissa, é bem desenvolvida e consegue prender a atenção do leitor com uma aventura tensa e dramática, que desperta a curiosidade sobre como os protagonistas sairão de uma situação simplesmente desesperadora e impossível de solucionar.
Isso garante uma boa leitura, mas ao mesmo tempo fica a sensação que seria melhor se não fossem os X-Men a mudar de sexo (pela troca de mentes), e sim quaisquer outros personagens criados especialmente para esta obra.
É estranho encarar Wolverine como uma mulher com uns quilos a mais e ler passagens como "os seios de Logan". Há momentos engraçados e bem explorados pela autora, como nas situações em que os homens com corpo de mulher vão urinar, mas tudo parece grotesco demais para quem espera uma aventura tipicamente de super-herói.
O pior é que, da primeira página até o último capítulo, toda a história se desenrola com os personagens habitando os outros corpos e, claro, sem poderes. A ação só acontece no final e, mesmo assim, quem utiliza as habilidades especiais são os corpos dos X-Men sem a mente original.
Apenas em um determinado momento entre esses eventos há um confronto homérico de Jubileu, Gambit e Tempestade contra os falsos Wolverine, Vampira, Ciclope, Jean Grey e Noturno.
Quando os Filhos do Átomo, ou melhor, os corpos dos pacientes Jeff, Mindy, Patty, Renny e Doida Jane com as mentes dos X-Men conseguem escapar e iniciam uma fuga pelos Estados Unidos com o objetivo de retornar à Mansão Xavier, começa uma aventura emocionante em que se revelam os sentimentos e comportamentos mais íntimos daquelas cinco pessoas adulteradas.
A ética vai às favas, o respeito às leis, idem, e a corrida contra o tempo torna a leitura cada vez mais excitante, centrada no lado humano dos mutantes e com muitas pitadas de mensagens (nem sempre nas entrelinhas) sobre intolerância racial.
Pena que esta é uma história de super-heróis e os maiores integrantes
dos X-Men não podem dar nem uma palha do que são capazes de fazer nos
quadrinhos e no cinema. E a exemplo de Homem-Aranha
- Ruas de Fogo, a outra obra da linha Marvel Pocket Books
que a Panini publicou no Brasil, o que se vê em X-Men - Espelho
Negro (X-Men - Dark Mirror, no original, lançado nos Estados
Unidos em janeiro de 2006) é um constrangedor festival de erros de português,
em doses ainda mais cavalares.
Não há apenas erros de grafia, pontuação e concordâncias verbal e nominal, mas também utilização equivocada de palavras que nem de longe são sinônimos das que deveriam estar naquelas frases, alterando o sentido dos textos.
Vale registrar ainda que, apesar de a bela capa ilustrada por Gabriele dell'Otto retratar os X-Men com os uniformes criados na fase do roteirista Grant Morrison à frente das HQs dos personagens, nada na história indica em que época da cronologia dos mutantes acontece a aventura.
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