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X-MEN EXTRA # 22

1 dezembro 2003


Título: X-MEN EXTRA # 22 (Panini Comics) - Revista mensal

Autores: X-Treme X-Men - Chris Claremont (argumentos), Salvador Larroca (desenhos) e Liquid! (cores);

Exilados - Judd Winick (argumentos), Jim Calafiore (desenhos), Eric Cannon (arte-final) e Transparency Digital (cores);

X-Force - Edie Sawyer Salvou Minha Vida - Peter Milligan (argumentos), Michael Allred (desenhos) e Laura Allred (cores);

X-Force - Código X - Peter Milligan (argumentos), Darwyn Cooke (desenhos) e Laura Allred (cores);

Mekanix - Chris Claremont (argumentos), Juan Bobillo (desenhos), Marcelo Sosa (arte-final) e Edgar Tadeo/Avalon Studios (cores).

Preço: R$ 6,00

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Outubro de 2003

Sinopse: X-Treme X-Men - Vampira tem de assumir um risco e segurar, praticamente sozinha, as tropas inimigas que estão em nosso planeta. Infiltrados na nave inimiga, Sábia, Bishop, Pássaro Trovejante e Salva-Vidas tentam encontrar uma salvação, quando têm uma surpresa. Gambit continua prisioneiro, mas sabe que sua sobrevivência ameaça a vida de todos os humanos. E Ororo descobre um novo significado para a expressão "o casamento é uma prisão".

Exilados - Após uma luta contra Galactus, Pássaro Trovejante teve de ser deixado para trás. Agora, Nocturna relembra como foi a história de amor vivida entre ela e o sofrido mutante.

X-Force - Edie Sawyer Salvou Minha VidaAgora que abandonou o nome X-Force, o grupo tenta seguir em frente. Mas está difícil, já que Guy Smith está enlouquecendo lentamente, os outros remanescentes afundando em tensões sexuais e os acionistas estão forçando Vênus Dee Milo como nova integrante. Para complicar ainda mais as coisas, surge um grupo para competir com eles pela atenção da mídia e os dólares dos consumidores: a O-Force.

X-Force - Código X - O que os X-Táticos podem fazer quando um dos candidatos a novo membro do grupo revela-se mentalmente instável? Oras... Deixar que Dup cuide do caso!

Mekanix - Um atentado antimutante coloca em risco toda uma equipe de pesquisas da Universidade de Chicago. Kitty Pryde precisa salvá-los, mesmo que descubram que ela não é uma estudante normal. Enquanto isso, um novo inimigo se aproxima.

Positivo/Negativo: X-Treme X-Men continua a saga de Khan, o conquistador dimensional (não confundir com o vilão de Jornada nas Estrelas). É só ler a resenha da história para ver que Claremont continua no seu jogo de sempre: várias tramas principais, paralelas, secundárias e perpendiculares avançando simultaneamente.

Que o homem tem fãs, não dá pra negar; e, com certeza, ele está trabalhando exatamente do seu jeito tradicional: exagerando nos dramas, lutas e na narração. Mas mesmo se suas histórias geram nos leitores um exemplo clássico da expressão "amor e ódio", não dá pra ignorar o fato de que X-Treme X-Men está num momento bastante movimentado, conseguindo até servir de distração mesmo para os anti-Claremont não-radicais.

Bom, e para os radicais, há a "quase-estréia" de X-Táticos. É "quase" mesmo. Afinal, de estréia não tem muita coisa. É a continuação, tanto na história quanto na temática, equipe criativa e estilo, da série X-Force. Mudou o nome da revista por obra e graça dos editores e do roteirista, mas o simples acréscimo da denominação "Volume 2" (como acontecerá futuramente com Os Supremos, por exemplo) teria o mesmo efeito.

Essa é a típica saída editorial de emergência para tentar aumentar as vendas de uma série. Mas nem dá para criticar nesse caso, pois que revista melhor para apelar para os estratagemas mercenários dos editores do que justamente uma que fala sobre os mais caras-de-pau de todos os super-heróis? Ainda mais quando vem de brinde nesta edição uma segunda história do grupo!

A primeira, Edie Sawyer Salvou Minha Vida, mostra o grupo tentando juntar os cacos depois da morte de dois integrantes, no fim da série anterior. Milligan realmente botou o pé no freio em seus roteiros, e a série perdeu o ar de absoluta anarquia para se tornar "apenas" uma paródia do gênero super-herói. Diverte bastante e, convenhamos, era quase impossível um roteirista conseguir manter a correria das primeiras edições. Mas dá pra sentir saudades. Um destaque é a volta de Michael Allred ao traço.

Aliás, o ponto alto da segunda história de X-Táticos também é o desenhista: Darwin Cooke mostra em apenas sete páginas que daria um substituto muito melhor para Allred nessa série do que Duncan Fegredo (que desenhou a última edição de X-Force).

A história é bacaninha, mas nada demais. Uma mistura de Bruxa de Blair com a paranóia de um episódio de Arquivo X e o universo cínico-ultra-pop dos mutantes. Vale a pena para curtir Dup, um dos personagens mais bizarros (no melhor sentido da palavra) surgidos nos quadrinhos nos últimos tempos.

Para fechar a edição, mais uma parte da minissérie de Mekanix, na qual Claremont retoma Kitty Pryde, uma de suas mais importantes adições para a cronologia X-Men.

Agora, se X-Treme X-Men pode até ser absolvida por alguns fãs mais reticentes, Mekanix é difícil de engolir. É mais uma mostra de que Claremont esqueceu como se conta uma história centrada num único personagem.

Ele até cria alguns novos coadjuvantes e traz de volta do limbo Xian, a vietnamita que fez parte da era de ouro dos Novos Mutantes. Mas tudo gira tanto em torno de Pryde mesmo, e de uma forma que, qualquer um que acompanhe o trabalho do roteirista, já o viu fazendo milhões de vezes antes. E o pior: antes ele fazia melhor.

Até agora, não ficou muito claro o porquê de Mekanix ser uma minissérie, pois tem uma cara bandida de início de série regular. Se, pelo menos, fosse das boas, ainda dava pra perdoar.

Em Exilados, Winick pára tudo para voltar ao passado e explicar algo que tinha ficado no ar: como foi a história de amor entre Nocturna e Pássaro Trovejante. Nunca saberemos se essa paixão foi uma surpresa planejada ou apenas uma idéia atrasada que o roteirista colocou na trama assim mesmo, mas, enfim, o que importa é que ele mostra como tudo aconteceu.

Esse é um ponto a se dar para Winick. Não são todos os roteiristas que têm coragem de parar uma série de aventura para passar uma edição inteira contando uma história de amor que, detalhe importante, todos sabem exatamente como termina.

Infelizmente, é justamente isso que acaba pegando o roteirista pelo pé. Os diálogos são até interessantes, algumas cenas têm sua força, mas nada acaba sendo genial o suficiente a ponto de o leitor esquecer que sabe para onde está indo esse trem. Valeu a intenção.

E falando em boa intenção... Normalmente, alterações em HQs são muito criticáveis, mas, desta vez, a Panini até que se saiu bem. A edição americana número 1 de X-Táticos continha as duas histórias que foram publicadas neste número, e a editora seguiu o mesmo esquema. Para isso, tiraram as capas impressas no miolo e transformaram o que era uma página dupla em uma única (publicando-a de lado).

É o ideal? Não. Mas considerando o resultado final, é perdoável e bem melhor do que cortar páginas. Só não pode virar costume.

Classificação:

4,0

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