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X-MEN EXTRA # 23

1 dezembro 2003


Título: X-MEN EXTRA # 23 (Panini Comics) - Revista mensal

Autores: X-Treme X-Men - Chris Claremont (argumentos), Salvador Larroca (desenhos) e Liquid! (cores);

Exilados - Judd Winick (argumentos), Jim Calafiore (desenhos), Eric Cannon (arte-final) e Transparency Digital (cores);

X-Force - Peter Milligan (argumentos), Michael Allred (desenhos) e Laura Allred (cores);

Mekanix - Chris Claremont (argumentos), Juan Bobillo (desenhos), Marcelo Sosa (arte-final) e Edgar Tadeo/Avalon Studios (cores).

Preço: R$ 6,00

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Novembro de 2003

Sinopse: X-Treme X-Men - Os heróis continuam lutando contra a invasão de Khan e seus exércitos. Vampira agora precisa enfrentar também Vargas, o assassino de Psylocke. Já Tempestade, após ser escolhida pelo imperador inimigo para ser sua futura rainha, tem de enfrentar a ira de seu harém.

Exilados - Após uma pesquisa científica que deu errado, os Estados Unidos perderam toda a Costa Oeste para uma nova raça que mistura características de homens e lagartos. Anos depois, os Exilados têm de achar uma bomba que ameaça todo esse novo ecossistema.

X-Force Enquanto a O-Force aumenta de popularidade e um fã-louco da ex-X-Force ameaça uma cidade inteira, os X-Táticos continuam esfacelando qualquer noção de união que o grupo já tenha tido. Vênus Dee Milo, a nova integrante, começa a sentir esses problemas na própria pele.

Mekanix - Kitty Pryde salvou seus colegas, mas agora a desconfiança e o ódio anti-mutante aumentam vertiginosamente. Além de ser investigada pelo FBI e tentar ajudar sua amiga Xian, a mutante ainda precisa enfrentar um novo ataque de humanos radicais.

Positivo/Negativo: A Terra está sendo invadida. O imperador inimigo quer casar com Tempestade, sua prisioneira e líder dos X-Treme X-Men. Sábia, Bishop, Pássaro Trovejante e Salva-Vidas estão infiltrados na nave inimiga tentando resgatar sua companheira e também sabotar a invasão, mas a novata do grupo está tendo problemas em aceitar as mudanças em seus poderes e em sua aparência. Gambit também está preso, mas numa situação ainda pior: seu poder mutante está sendo usado para ativar o portal dimensional que os invasores estão usando para desembarcar em nosso planeta. Enquanto isso, em Madripoor , Fluxo e Vampira tentam deter as forças que já estão por aqui e ganhar tempo para seus amigos salvarem o mundo.

Essa é a recapitulação do que aconteceu nos números anteriores de X-Treme X-Men. Várias tramas se desenrolando. E a história nesta edição começa com Vampira reencontrando Vargas, o vilão que assassinou Psylocke e que não tinha nada a ver com toda essa bagunça. Ela reage falando o seguinte: "Olha à tua volta, Vargas. A gente tá no meio de uma guerra. Não é hora nem lugar para isso."

Pois é... Aparentemente faltou algum editor que avisasse isso também para o roteirista Claremont. Porque uma coisa é construir mais uma das mega-sagas (que, aliás, são exatamente um dos grandes atrativos que seus fãs vêem no seu trabalho). Agora, outra completamente diferente, é interromper tudo para retomar uma linha de roteiro de meses atrás e que não acrescenta nada ao que já era a trama. Custava segurar mais umas edições? E se você acha que isso é regurgitação da cronologia, esperem só até ver a revelação sobre a mudança na aparência de Salva-Vidas. Uma sacadinha tirada do baú, que dói.

Se a edição anterior estava até interessante, por toda a movimentação e pela forma que o roteiro estava engrenando, aqui a coisa foi pro brejo de vez.

Surpresas desnecessárias arruinaram o clima de uma saga que, se antes tinha um bom pique (que estava até conseguindo sobreviver a todos os recordatórios narrativos), agora vira enrolação, ao deixar de ser um arco que se aproximava do clímax (como parecia na última edição), para se tornar o meio de uma saga aparentemente interminável.

Exilados retoma sua programação normal, depois do "interlúdio romântico" da história passada, mostrando mais uma realidade alternativa com problemas. A idéia inicial aqui foi muito boa: pegar a origem do Lagarto e levá-la além, criando uma situação onde não apenas Curt Connors se transformaria, mas sim milhares (milhões?) de pessoas. O cenário é riquíssimo. Agora, a execução...

Judd Winick gastou toda sua inspiração na idéia básica. Se em X-Men Extra # 22 ele retomou elementos do passado para contar a história de amor entre Nocturna e Pássaro Trovejante, aqui ele simplesmente repetiu vários elementos das aventuras anteriores. E, pra piorar tudo, o fim dessa trama repetitiva é muito fraco. O autor consegue fazer bem melhor.

X-Táticos prossegue no primeiro arco de histórias com o novo nome e sem Vai-Nessa (morta no fim da série anterior). A loucura na superfície das histórias continua a mesma, mas de uma forma que até acaba se tornando previsível. As piadas funcionam. A aparição de um grupo concorrente e uma nova integrante adicionaram novas possibilidades à trama.

Mas a anarquia que antigamente existia na estrutura de tudo, começa a dar lugar para um formato mais definido. Nada tão marcado como em outras séries (ou tão previsível quanto a história de Exilados desta edição). Mesmo assim, o rolo-compressor do começo de X-Force está lentamente se tornando algo muito mais comportado e estático (o trocadilho foi inevitável...) do que parecia no início.

Afinal, lembre-se: em tempos de South Park, a paródia é totalmente mainstream. O que diferenciava o título era a aparente aleatoriedade que regia as tramas, algo que rareia cada vez mais.

E Mekanix... Era realmente necessário ver tudo isso de novo? Ataques anti-mutantes? Paranóia do FBI? E pra que ficar dando esses ganchos de um poderoso inimigo que não chega nunca? Kitty Pryde merecia mais, muito mais. Outra bola fora de Claremont.

É. Essa é um resenha amarga. E é assim, porque esta é uma edição incrivelmente insossa. X-Men Extra é uma revista que tinha sua força na diversidade de estilos de suas histórias, nas surpresas que, a cada edição, aconteciam em uma ou mais séries. Mas, neste mês, o caldo entornou e as únicas coisas inesperadas que aconteceram, as de X-Treme X-Men, eram totalmente dispensáveis. Agora, é torcer para os roteiristas se reencontrarem e o título retomar seu poder de surpreender.

De consolo, só a volta das capas impressas em página interia no interior da revista, já que nesta edição a Panini retomou o esquema de quatro histórias por edição.

Classificação:

4,0

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