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Reviews

X-MEN EXTRA # 36

1 dezembro 2005

Título: X-MEN EXTRA # 36 (Panini
Comics
) - Revista mensal
Autores: X-Treme X-Men - Chris Claremont (roteiro) e Igor Kordey (desenhos);

X-Táticos - Peter Milligan (roteiro) e Mike Allred (desenhos);

Exilados - Judd Winick (roteiro) e Jim Calafiore (desenhos).

Preço: R$ 6,50

Número
de páginas
: 96
Data de lançamento: Dezembro de 2004

Sinopse: X-Treme X-Men - Vampira e seus colegas estão próximos de descobrir a verdade sobre o envolvimento da Corporação X nas vendas de imóveis em Vale Soleada. Mas um antigo inimigo dificultará a missão.

X-Táticos - O que acontece quando uma defunta se torna o maior ícone da moda mundial? É o que Falecida está prestes a descobrir.

Exilados - A equipe de Mímico entra numa cruzada com a versão vampiresca dos Vingadores.

 X-MEN EXTRA #36Positivo/Negativo:
A última e, possivelmente, pior edição de X-Men Extra de 2004 apresenta
um mix insatisfatório.
Menos política, mais aventuresca, mas ainda interessante, Intifada (X-Treme X-Men) cai um pouco de qualidade e sofre dos mesmos males que as atuais "sagas épicas" de Chris Claremont: diálogos longos e quase didáticos, cenas de ação inexplicáveis, inserção de personagens queridos do autor, mas completamente desnecessários (Magma), e, claro, muito exibicionismo por parte dos mutantes - qual a necessidade de gastar mais de uma página só para mostrar Tempestade usando seus poderes?

Felizmente, o argumento construído nas edições 34 e 35 sobrevive aos vícios do autor e contribui para um desfecho digno. Continua longe do ideal, mas sinaliza uma evolução.

Depois de Vargas, Khan, Elias Bogan e o Monte Refúgio, parecia que X-Treme era um título fadado à desgastada idéia de superequipe versus supervilões. Mas Intifada mostrou que ainda há esperanças. Ainda bem, pois já passou da hora de Claremont perceber que o público não se contenta mais com tramas superficiais e macarrônicas.

Em tempos de Grant Morrison e Bryan Singer, o conceito de super-heróis mudou - e muito. E, até agora, Claremont permanecia "imóvel". Mas numa história em que terroristas com causa geram mais empatia que figurinhas carimbadas (e agora com a aura de mocinhos em xeque), como Roberto da Costa, Claremont tira os X-Treme X-Men (e o próprio nome) da lama, ao menos por enquanto.

Embora o traço de Igor Kordey continue horrível, ele desenvolveu sensivelmente sua narrativa nesse último arco, fazendo a história fluir bem. Depois das cenas estáticas de seu antecessor, Salvador Larocca, esse era mais um quesito em que X-Treme parecia perdida.

Vale ainda um destaque para a bela capa de Larocca (fazendo o que sabe melhor: poses), que emula a imagem da primeira edição do título, mas com Gambit, Sábia e Míssil substituindo Fera, Psylocke e Pássaro Trovejante, respectivamente.

E os últimos absurdos da saga Intifada:

1) Quanto tempo dura uma noite no Texas? Na história de Vampira, dia vem, dia vai, enquanto que, na de Tempestade, é a mesma noite durante todo o arco.

2) Vampira é impulsiva, mas desde quando é parente do Justiceiro? A moça, que se diz "super a favor de dar o benefício da dúvida pros outros", invade a festa de Roberto Da Costa com uma motocicleta e o ataca sem mais nem menos, numa cena digna de um filme do Rambo.

3) Uma das versões interiores de Sam Guthrie é o Homem-Aranha? Imagine se ela conseguisse "assumir o controle", como fica sugerido. Peter Parker teria concorrência...

Em X-Táticos, Peter Milligan escorrega pela primeira vez em muito tempo. Após uma série de boas aventuras, a história deste mês se mostra apática e carregada de erros de percurso, algo incomum.

Milligan tinha em mãos um plot bom e com potencial, mas que pedia um desenvolvimento a médio prazo (três edições, no mínimo). Mas o roteirista resolveu espremer a trama num capítulo só e acabou destruindo, as chances de sucesso.

Tropeçando em si mesma, a história (um discutível conto sobre o glamour da morte) acumula equívocos. Pra começar, desde quando Falecida é modelo? Mesmo sendo um fato novo, é inconcebível que a mutante se torne "o novo rosto da moda" do dia para a noite. E, pior, que os X-Táticos só se dêem conta de sua ausência no meio de uma missão!

Isso é só o começo. A existência de um necrotério próprio da equipe é apresentada de forma repentina e com pinta de arranjo de última hora. Parece que Milligan, precisando da existência do lugar, mas sem espaço para introduzir seu conceito, resolveu simplesmente jogar a idéia de qualquer jeito. Ficou ruim, e o fato dos X-Táticos não saberem que ele existia também não colou.

A estranha rixa entre Falecida e Vênus Dee Milo fica inexplicada. A presença do agente funerário necrófilo também - Falecida está há tanto tempo no grupo, como só foi perceber as más intenções do sujeito agora? Milligan ainda pede que o leitor assimile e compreenda o drama da adolescente Britney em duas páginas. Não dá.

E o pior é que, na pressa e no mau manejo do roteiro, o escritor coloca o clímax no meio da história, e depois enche lingüiça com uma sucessão de epílogos apressados.

X-Táticos é, há tempos, o melhor de X-Men Extra, mas esta edição está imperdoável. Milligan desperdiçou uma boa idéia e a chance de continuar o interessantíssimo gancho da edição anterior. Lamentável.

Após sete edições com o péssimo Chuck Austen, Judd Winick retorna para o argumento dos Exilados. Mas não empolga.

A trama com os Vingadores vampiros serve como passatempo. É apenas uma história bacana e, do homem que inventou os Exilados, esperava-se muito mais. Onde foi parar aquele clima de fantasia ingênua (mas não infantil) que tão bem caracterizava o título na época da parceria com o desenhista Mike McKone?

O artista atual, Jim Calafiore, desenha com desconfortáveis traços poligonais, além de ter péssimas noções de proporção e anatomia. E Winick escreve como se não suas idéias para o grupo tivessem esgotado. Se isso é verdade ou não, é cedo para dizer.

O roteirista ainda tem mais seis edições com sua cria e, pelo seu trabalho no passado, merece um voto de confiança. Os leitores torcem para que não o desperdice.

Assim como vem sendo destacado nas demais resenhas do Universo HQ, vale a ressalva para a péssima decisão da Panini de publicar anúncios nas bordas superiores e inferiores das páginas. Elas não só poluem a composição visual, como desviam a atenção da história. E o pior é que é uma reincidência: isso havia sido feito na época do lançamento de Marvel Max.

 

Classificação:

4,0

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