X-MEN - GAROTAS EM FUGA
Editora: Panini Comics - Edição especial
Autores: Chris Claremont (roteiro), Milo Manara (arte) e Dave Stewart (cores).
Preço: R$ 14,90
Número de páginas: 64
Data de lançamento: Dezembro de 2010
Sinopse
Vampira, Kitty Pryde, Tempestade e Psylocke perdem seus poderes na tentativa de resgatar suas colegas Garota Marvel e Rainha Branca das mãos de terríveis bandidos.
Sem seus dons, elas vão passar por muitas aventuras e confusões entre piratas e bandidos para conseguir libertar suas amigas.
Positivo/Negativo
É difícil descrever o quanto essa história é ruim.
Ver as integrantes dos X-Men no traço de Milo Manara é uma ideia que deve ter mexido com a libido de muita gente. Afinal, um dos principais apelos dessas super-heroínas sempre foi sua beleza: corpos perfeitos, rostos lindos.
Com os desenhos de Manara, talvez uma simples história do cotidiano das garotas fosse o suficiente para criar um material interessante. Quem sabe pudesse se ousar e mostrar uma ou outra personagem nua, aproveitando a sensualidade do traço do italiano?
Mas, provavelmente devido ao puritanismo do mainstream norte-americano, qualquer possibilidade de cena de nudez foi suprimida. Enfim, o que se esperava não era um soft-porn, mas uma história digna do trabalho de Manara. É o que os leitores desejavam. Mas não é o que acontece.
A trama criada por Claremont é simplesmente o maior dos clichês: heróis em missão de resgate. Mais uma vez, um vilão, uma situação difícil e a vitória no final. Isso até não seria problema, mas o roteiro é desinteressante, confuso, desnecessário. Sua "prosa" é cansativa e irritante.
E o desenho de Manara simplesmente não casa com a trama. Em alguns quadrinhos, as personagens posam com olhar sensual e boquinha sexy, mesmo quando estão falando coisas como "Eu tô ligada... só que a Frost é uma vaca".
Pode-se até argumentar que esse é o estilo do desenhista, mas simplesmente não combina com o texto de Claremont. Manara brilha muito mais em outras obras, como Verão Índio, escrito por Hugo Pratt, por exemplo. E a comparação aqui seria uma covardia.
Também há problemas de abuso da boa vontade do leitor. Em uma cena, sem seus poderes, as heroínas despencam sabe-se lá de que altura sobre uma floresta. Caem por entre os galhos das árvores e Kitty Pryde leva uma violenta pancada na cabeça, que a faz passar mal durante a maior parte da história. Ainda assim, ela e suas amigas não apresentam um hematoma ou arranhão sequer.
Ainda assim, a edição da Panini tem pontos positivos. Na Itália, X-Men - Ragazze in Fuga foi publicada em preto e branco; nos Estados Unidos, X-Women apresentava as cores de Dave Stewart, mas sem os extras (entrevistas e esboços) da versão italiana.
A revista brasileira compila tudo isso. Mas é pouco para salvá-la do fiasco.
Classificação: