X-MEN – OS FILHOS DO ÁTOMO
Editora: Abril Jovem - Edição especial
Autores: Joe Casey (roteiro), Steve Rude, Paul Smith e Esad Ribic (desenhos), Andrew Pepoy (arte-final), Paul Mounts (cores) e Steve Rude (capa) - Originalmente publicado em X-Men - Children of the Atom, em 1999 e 2000.
Preço: R$ 9,90
Número de páginas: 156
Data de lançamento: Outubro de 2001
Sinopse
Ciclope. Garota Marvel. Fera. Homem de Gelo. Anjo.
Antes de se tornarem os membros fundadores dos X-Men, eles eram apenas adolescentes confusos e assustados, que ainda não sabiam como usar seus espantosos poderes em um mundo cada vez mais intolerante com os mutantes.
Eis a primeira história, jamais contada, dos cinco alunos que foram recrutados e lutaram pelos ideais de coexistência pacífica do Professor Xavier, tornando-se os primeiros heróis de uma nova era.
A era dos filhos do átomo.
Positivo/Negativo
Histórias e personagens humanizados, agregando ideais e conflitos próximos àqueles enfrentados na realidade dos seus inúmeros leitores. Essa era a nova política que a então recente editora Marvel, antiga Atlas Comics, experimentaria nas suas publicações em quadrinhos nos primórdios dos anos 1960.
Para muitos, quem melhor representou esse ideal de diferenciação foi um quinteto de jovens especiais, nascidos com incríveis poderes. Nenhum deles conseguiu suas dádivas por intermédio de fontes externas, como foi o caso do Homem-Aranha, Quarteto Fantástico ou mesmo do Hulk.
Vieram ao mundo com um cromossomo especial, portando o gene X, que lhes conferia habilidades sobre-humanas. Ao mesmo tempo, geraram ódio e rancor de uma sociedade temerosa para com uma nova espécie em ascensão: o Homo superior.
Com esta premissa inovadora para a época, Stan Lee e Jack Kirby criaram os X-Men.
Desde então, o sucesso conquistado pela equipe e suas diversas variantes ao longo dos anos - originando uma das cronologias mais intrincadas e cansativas já criadas - dispensa comentários mais extensos.
Os fãs que o digam.
Talvez por isso, próximo à virada do milênio, a Marvel apostou nesta competente releitura das origens dos filhos do átomo, gerando uma história simples, bem feita e atualizada para a nova geração.
Um enfoque na primeiríssima aventura conjunta de Scott Summers, Jean Grey, Hank McCoy, Bobby Drake e Warren Worthington III, prefaciando os eventos ocorridos no Cabo Cidadela como foi mostrado em The X-Men # 1 (em setembro de 1963).
No roteiro de Joe Casey há dois pontos cruciais: o emergente perigo dos mutantes com seus dons extraordinários, ocasionando uma injustificada "caça às bruxas" por todo o país, e os conflitos pessoais e emocionais daqueles escolhidos pelo professor Xavier, que receberiam abrigo e treinamento para um futuro imprevisível para a raça.
A condução do texto deixa espaço de sobra para trabalhar características marcantes dos membros fundadores dos X-Men, ainda sem aquele apego nostálgico piegas e exagerado que muitos retcons atuais ostentam.
Mesmo que a trama se concentre na formação da equipe, Charles Xavier é o centro das atenções; pouco ou nada daquela figura paterna é mostrada nas páginas, estando mais para um mestre de escola extremamente exigente e ligeiramente arrogante. Claro, ainda era o primeiro passo.
Sua ambição em prol dos mutantes caracteriza-o como um homem renitente e, por vezes, inflexível em suas convicções, sendo constantemente questionado pelo agente federal Duncan - um importante e clássico aliado dos mutantes, já falecido.
Em vez de Magneto, relegado a rápidas intervenções um pouco mais enérgicas, o antagonista da vez é uma cópia de Adolf Hitler, inclusive no visual, com desejos de segmentação e aniquilação da "corrupção genética" que começa a reinar entre os seres humanos normais.
Participação especial de um dos primeiros modelos do robô Sentinela, além da famosa dupla investigativa do seriado Arquivo X, na página 8.
Steve Rude e Esad Ribic garantem uma dose dupla de qualidade nos desenhos. O primeiro pelo consagrado estilo "retrô" tão elogiado pela crítica e seus contornos suavizados, que garantem uma perfeita distinção de cores, cenários e personagens.
Ribic, por sua vez, já dava mostras de seu talento atual em algumas capas da minissérie original - todas inclusas no miolo, com exceção da quarta, que ganhou novo design para a capa desta versão nacional -, com o tom realista e volumoso de seus trabalhos mais recentes. Na arte interna, nos dois últimos capítulos, porém, está quase irreconhecível.
Houve ainda dois erros editoriais da Abril, ao não creditar Paul Smith como artista responsável pela quarto capítulo e grafando erroneamente o nome "Essad" Ribic, na página 3.
Fora isso, tem-se um trabalho cuidadoso dispensado ao leitor brasileiro e uma ótima história dos mutantes mais famosos das HQs.
Classificação: