Autores: Chris Claremont (roteiro) e Milo Manara (desenhos).

Preço: 12 euros

Número de páginas: 64

Data de lançamento: Novembro de 2009

Sinopse: Vampira herda uma propriedade da ilha grega de Kirinos e leva outras quatro X-Men, Tempestade, Psylocke, Kitty Pride e Rachel Summers, para uma semana de férias e muita badalação nesse verdadeiro paraíso.

No entanto, durante uma balada, Rachel é capturada pelo homem com quem trocava calorosos beijos. Em seguida, ele explode o local onde as heroínas estavam.

Salvas por Psylocke, as integrantes do X-Men vão em busca de sua companheira, mas encontram um inimigo que retira seus poderes, o que as deixará em maus lençóis.

Positivo/Negativo: Milo Manara, o principal nome dos quadrinhos eróticos no mundo, se aventurar no universo dos superseres já é uma notícia e tanto. Afinal, não é difícil imaginar que as voluptuosas heroínas seriam um material e tanto para o desenhista explorar visualmente.

Por isso, este álbum gerou tanta expectativa quando foi anunciado. Pena que o resultado seja decepcionante.

A começar pelo roteirista. Talvez por uma dívida de gratidão da Marvel, o escolhido foi Chris Claremont, que há muito tempo não faz uma história realmente bacana.

Se no seu terreno, as HQs de mutantes, Claremont tem derrapado mais e mais, imagine tendo que fazer uma história que se enquadrasse ao estilo de Manara, valorizando as situações em que as heroínas mostrassem seus corpos sem usar tanto seus superpoderes - nem de uniforme elas estão.

Enfim, o roteiro é fraquinho, fraquinho. Vale apenas para alguns marmanjos, pelo inusitado de mostrar as X-Girls em situações pouco usuais, como Rachel dando uns amassos numa balada, Psylocke esfregando o traseiro num homem enquanto dança e Tempestade fugindo do assédio de um homem casado.

Na arte, Manara simplesmente repete o que faz em todas as suas obras: mulheres sensualíssimas, mas parecidas demais umas com as outras. As heroínas, em determinados momentos, parecem gêmeas.

Também é nítido que o italiano não imprime em sua narrativa a velocidade que uma HQ de super-heróis pede. Além disso, pelo fato de a história ser em preto e branco, Ororo deveria ter sido retratada com a pele em tons de cinza, o que não ocorre. Por isso, quem não conhece Tempestade pode não sacar que ela é negra.

Outro porém é que a pudica Marvel deu a Manara um roteiro com o erotismo de uma reprise de Sessão da Tarde. Ainda assim, o italiano enche as páginas com beicinhos, poses sensuais, vestidos curtíssimos, shorts justos e closes generosos das bundas das heroínas. Mas nenhuma "parte íntima" é mostrada pra valer.

E é interessante notar que, ao contrário das revistas publicadas nos Estados Unidos, as mulheres não apresentam aqueles arredondados seios siliconados. É tudo natural.

Nos Estados Unidos, este álbum só será publicado em 2010, mas na Itália saiu no começo de novembro, numa edição caprichada da Panini, em capa dura. Completam o volume: um prefácio de Joe Quesada, um texto de Nick Lowe, biografias dos autores, alguns sketches e uma entrevista de Luca Scatasta com Manara, na qual o autor parece constrangido em dizer que nunca havia lido nada dos X-Men.

Então, pra quem se animou achando que este especial, por ser desenhado pelo mestre do erotismo nos quadrinhos, pudesse ser algo como XXX-Men, fica o aviso: trata-se de uma história bobinha com um desenho legal e bem diferente dos padrões dos comics. Nada mais.

 

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