X-TREME X-MEN #3
Título: X-TREME X-MEN #3 (Marvel Comics) - Revista mensal (Inédito no Brasil)
Autores: Chris Claremont (argumento), Salvador Larocca (desenhos) e Liquid! (cores).
Preço: U$ 2.99
Data de lançamento: Julho de 2001
Sinopse: Os X-Men chegam a um acordo com seus captores, a Action Force, e tentam se ajudar mutuamente na busca por Vargas, que além de Psylocke (ver X-Treme X-Men #2) matou muitos homens da Guarda Civil. As duas forças se unem numa busca à organização criminosa de Vargas.
Grande parte da ação acontece em flashbacks, sobre o passado de Psylocke e de Sage, que conta como a conheceu, quando ela ainda fazia parte do Clube do Inferno; e como a afastou daquele ambiente horrível.
Ela também faz uma revelação surpreendente (veja logo abaixo os comentários no positivo/negativo): que Sage/Tessa era uma espiã de Xavier dentro do Clube do Inferno!
Além disso, Neal Sharra, o novo Pássaro Trovejante, fala de seu envolvimento emocional com a falecida X-Man.
Um ponto de destaque é o uso dos poderes (numa maneira inédita e diferente do que já foi visto) de Sage para salvar a vida do Fera, o que sugere uma possível mutação posterior do Fera (e se relaciona cronologicamente aos eventos de New X-Men #114).
Brian Braddock, o Capitão Bretanha, acompanhado de Meggan, sua esposa, viaja até a Espanha num jato particular para buscar o corpo de sua irmã.
Positivo/Negativo: Chris Claremont, assim como outros grandes nomes dos quadrinhos americanos de super-heróis dos anos 80, parece estar muito longe da performance que lhe rendeu a fama. Desde seu retorno à Marvel, ele fez pouca coisa digna de se ler. A sua fase no Quarteto Fantástico é, provavelmente, o maior destaque recente.
Quanto à sua participação nos títulos mutantes, vai de mau a pior. Nesta edição, ele simplesmente estabelece a absurda idéia de que Tessa/Sage foi recrutada pelo Professor Xavier na mesma época em que conheceu Hank McCoy, o Fera. Mas, ao invés de trazer a jovem mutante para ensiná-la no uso de seus poderes, decide enviá-la numa arriscada missão contra o Clube do Inferno.
Existem diversos problemas cronológicos nestas declarações. Em primeiro lugar, a maioria dos leitores sabe que o Clube do Inferno é uma antiga sociedade secreta dos ricos e famosos, dos quais os pais do Anjo, do Mancha Solar e da própria Psylocke eram membros.
O que era pouco sabido, é que existia um círculo interno, ainda mais secreto, com propósitos ocultos. Este grupo, inicialmente, não era composto apenas por mutantes, muito pelo contrário. Abrigava a ambos, até que seu antigo líder, Edward Buckman, um dos homens responsáveis (em segredo) pelo Projeto Armaggedon, tentou matar os membros mutantes.
Nesse instante Sebastian Shaw e Emma Frost tomaram o poder e criaram o Clube do Inferno como é conhecido até hoje (narrado pelo próprio Claremont, na história de backup de Classic X-Men #7, de 1987).
É possível imaginar Betsy, como agente do governo inglês, sendo enviada (antes de sua fase nos X-Men) para espionar as atividades do Clube do Inferno, como Claremont narra em flashback.
As atividades do Clube do Inferno eram desconhecidas dos X-Men. Seu primeiro envolvimento oficial se deu durante a saga onde o Mestre Mental transforma Jean Grey na Rainha Negra.
Anos mais tarde, Claremont revelou que, cronologicamente, eles estavam envolvidos desde o inicio do Projeto Armageddon, e antes até, quando Warhawk é enviado para colocar uma escuta na base dos X-Men, a mando do Clube do Inferno.
Muitas destas revelações foram feitas numa série de histórias em flashback, que narravam eventos que ajudavam a explicar a história original, em parceria com as reimpressões da série original, na revista Classic X-Men, que continham algumas páginas adicionais.
Agora, imaginar que Tessa era uma espiã de Xavier é simplesmente ridículo. Afinal, se fosse assim, ela deveria ter informado sobre o Projeto Armageddon e teria prevenido os mutantes, o que, num primeiro momento, evitaria a criação/transformação de Jean Grey em Fênix. Isso sem falar nos eventos diretos, que a transformam em Fênix Negra.
Além disso, Emma Frost era na época a temida Rainha Branca, que foi capaz de combater a Fênix no auge de seu poder. Isso significa que seria fácil para ela, como telepata de grande ordem, identificar Tessa como espiã.
Claremont bem que podia reler as suas antigas histórias dos X-Men para evitar este tipo de bobagem. Será que ainda não entenderam que este tipo de revelação retroativa é uma enganação com os leitores?
A arte de Larocca continua prejudicada pela opção da Marvel de não se usar arte-final e a revista saiu sem o selo do Comic Code Authorithy.
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