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Y - O ÚLTIMO HOMEM - CICLOS

1 dezembro 2007


Título: Y - O ÚLTIMO HOMEM - CICLOS (Opera
Graphica
) - Edição especial

Autores: Brian K. Vaughan (texto), Pia Guerra (desenhos) e José Marzan Jr. (arte-final).

Preço: R$ 69,00

Número de páginas: 132

Data de lançamento: Dezembro de 2006

Sinopse: O jovem escapista norte-americano Yorick e o macaco Ampulheta, últimos seres com cromossomo Y, seguem rumo à Califórnia com 355 e a Dra. Mann.

No caminho, perseguidos por mulheres, acabam numa comunidade misteriosa que vive em um vilarejo, onde Yorick se envolve com uma moça e acaba ameaçado por sua própria irmã.

Positivo/Negativo: Y - O Último Homem é uma série de HQ que lembra muito a estrutura e os temas de séries de TV contemporâneas como Lost e Heroes. Em todas elas, o mote é um fato extraordinário que afeta gravemente a vida de gente comum.

Aqui, uma praga que eliminou todos os seres com cromossomo Y da Terra deixou duas exceções: um jovem escapista chamado Yorick e seu macaco, Ampulheta. Eles passam a ser perseguidos por hordas de mulheres, de ultrafeministas que querem matá-los a cientistas que pretendem estudá-los.

Vaughan, contudo, não aprendeu todas as lições que podia com os roteiristas de TV. Neste volume, ele deixa a peteca cair um pouco. Depois de um começo empolgante, não aparece nada de novo capaz de manter os ânimos.

Nem o envolvimento de Yorick com outra garota convence. Afinal, um único homem numa terra só de mulheres que se predispõe a correr riscos e a atravessar o mundo para encontrar sua namorada na Austrália não parece o tipo que vai ser afetado por qualquer moçoila que passar pelo caminho.

A existência de outros homens vivos em estações espaciais é o único fato que poderia mudar o status quo da série, mas não chegou a ser explorado, servindo de mote para um próximo arco.

Y ainda é uma leitura deliciosa, bem acima da média, ainda mais com os traços simples e elegantes de Pia Guerra. Mas certamente o tratamento gráfico dado pela Opera Graphica é exagerado: papel couché de boa gramatura e bastante brilho e capa dura com aplicação em verniz. Sandman, um título fundador do selo Vertigo, levou anos e teve de se consolidar como um clássico para receber uma edição semelhante.

É de se questionar se um título novo - e cujo grande charme é não ser pretensioso - precisa de tantos recursos. Afinal, isso encarece a edição e torna quase proibitivo o interesse de eventuais novos leitores, que não costumam estar dispostos a pagar R$ 69,00 por um álbum de um material pouco conhecido.

Também não fica claro o porquê do aumento de R$ 15 em relação ao primeiro arco, publicado apenas meio ano antes, e que teve o mesmíssimo tratamento.

O preço e o acabamento, contudo, não se refletem no cuidado editorial do álbum. Há diversas falhas. Ora é um verbo conjugado errado ("Fale para ela o que você fiz", página 74), ora são erros de revisão ("traque" em vez de "tranque", p. 108), ora é uma nota de rodapé cortada (p. 118), ora são separações de sílabas equivocadas (como "desen-har" e "in-stantânea", nas notas dos rascunhos de Pia Guerra). Além disso, o letreiramento foi feito de modo grosseiro, sem cuidado estético, ao longo de todo o livro.

Podem ser coisas até perdoáveis em títulos mais simples, mas uma publicação desse porte e com esse preço simplesmente não pode se dar ao luxo de deixar passar tantos erros.

Este álbum fez parte do último lote de álbuns da editora, todos com esse tratamento gráfico exagerado - e deslumbrado - que marcou a fase final da Opera Graphica. Depois do rearranjo dos direitos da DC Comics no Brasil, o título, publicado pelo selo Vertigo, está com a Pixel a partir deste ano.

Ainda que a história em si valha a pena, a edição deixa muito a desejar. Para o leitor, talvez seja bom ver o que a Pixel aguarda para Y antes de decidir investir nos dois primeiros volumes da Opera Graphica.

Classificação:

4,0

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