Spoilers à parte, o título e a ilustração da capa explicam exatamente o que acontece nesta história. Mas, como sempre, as tramas escritas por Vaughan têm muito mais a oferecer do que o óbvio.

Enquanto 355 cede ao toque da doutora Mann, Yorick se encontra nos braços de Kilina, a capitã do navio. Parece uma espécie de "Barco do Amor", mas logo se transforma em uma instigante caçada em alto-mar.

Um submarino militar australiano passa a perseguir a embarcação, baseado nas informações de uma espiã infiltrada. No decorrer da trama, todas as impressões lançadas vão sendo desconstruídas, as relações entre os personagens se invertem e, novamente, Vaughan produz um material inteligente, que proporciona um bom entretenimento.

Descrever mais pode estragar o prazer de leitura.

Aliás, enredos diversos não faltam na série, como se pode conferir no longo e completo texto de apresentação que recapitula praticamente toda a história de Yorick e suas amigas até então. Um material ótimo, que ajuda a situar o leitor e mostra o quanto Vaughan conseguiu desenvolver a premissa original do "último homem em um mundo só de mulheres".

Logo depois dos quatro episódios da trama principal, está Menino perde Menina, protagonizada pela namorada de Yorick, Beth.

Aqui, como em outros momentos de Y - O último homem (e da série Lost, na qual Vaughan também foi roteirista), o passado de um personagem é apresentado em diversos flashbacks curtos.

Aprisionada por misteriosas aborígenes, Beth é submetida a um estranho ritual, que a leva por uma "viagem" espiritual. Em diversas (e talvez pouco confiáveis) lembranças, o leitor conhece não apenas a história do namoro com Yorick, como também os sentimentos e um pouco da personalidade da moça.

Com seis volumes já publicados no Brasil, Y - O último homem prossegue mantendo um ótimo nível e garantindo agradáveis momentos de leitura a seus fãs.