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Y - O ÚLTIMO HOMEM - RUMO À EXTINÇÃO

1 dezembro 2006

Título: Y - O ÚLTIMO HOMEM - RUMO À EXTINÇÃO (Opera Graphica)
- Edição especial
Autores: Brian K. Vaughan (texto), Pia Guerra (desenhos), José Marzan Jr. (arte-final).

Preço: R$ 56,00

Número de páginas: 132

Data de lançamento: Julho de 2006

Sinopse: Todos mamíferos com cromossomo Y morrem num piscar de olhos, menos o jovem escapista norte-americano Yorick e seu macaco treinado, Ampulheta.

Num mundo devastado em que as mulheres são obrigadas a ocupar todos os papéis, o rapaz precisa escolher entre encontrar sua jovem noiva nos desertos australianos ou se tornar um procriador capaz de garantir a sobrevivência da humanidade.

Isso, claro, se as hordas de mulheres ensandecidas deixarem.

Positivo/Negativo: Dá para se pensar em Y como uma série cheia de mistérios insolúveis, ao gênero de Lost, idéia defendida no belo posfácio por Rodrigo Salem, editor-chefe da revista de cinema Set.

Embora a série de Brian K. Vaughan mostre um mundo que evoca as lendárias amazonas, mulheres guerreiras independentes que aparecem em diversas culturas ancestrais, ela também poderia ser vista como uma alegoria masculina que justamente vai de encontro a esse mito - mostrando que um planeta sem cromossomo Y estaria perdido.

Sob outro ponto de vista, é uma história sobre genética - um assunto tão em voga hoje quanto era a teoria atômica nos anos 60, quando surgiu o Universo Marvel.

As histórias mais ricas são justamente aquelas que permitem infinitas leituras. Vide Shakespeare. Ou, numa medida mais próxima, o Sandman de Neil Gaiman e a Promethea de Alan Moore. Suas tramas, por mais coesas que sejam, dão margem a interpretações mais abertas, que geram discussões e ultrapassam os limites de suas páginas.

Y, uma das séries mais elogiadas do selo Vertigo nos últimos anos, vem da mesma estirpe. Vaughan fez dela, disparado, sua melhor criação até agora. A arte de Pia Guerra, simples e eficiente, com algumas metáforas visuais (como a da página final), faz uma dupla perfeita com o texto. Sua nitidez deixa espaço para a imaginação do leitor voar.

É uma pena que alguns erros comprometam o livro - por exemplo, falta uma legenda para um asterisco na página 43 e há um "snão" na 69. As tarjas pretas que indicam passagens de tempo invariavelmente alternam o uso de capitulares, fugindo de qualquer tentativa de padronização. São deslizes bastante desagradáveis para um álbum de preço alto.

O acabamento gráfico requintado, superior até mesmo ao do encadernado norte-americano, definitivamente não condiz com a qualidade comprometida da revisão e do trabalho de edição.

 

Classificação:

4,0

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