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Y – O ÚLTIMO HOMEM - UM PEQUENO PASSO

1 dezembro 2010

Y - O ÚLTIMO HOMEM - UM PEQUENO PASSO

Editora: Panini Comics

Autores: Brian K. Vaughan (roteiro), Pia Guerra e Paul Chadwick (arte) e Pamela Rambo (cores).

Preço: R$ 19,50

Número de páginas: 168

Data de lançamento: Agosto de 2010

 

Sinopse

O único sobrevivente da praga global que matou todos os homens humanos, Yorick Brown, está prestes a receber visitas inesperadas do espaço: três astronautas vindos da Estação Espacial Internacional.

E dois deles são homens!

Positivo/Negativo

Pouco menos de três meses após lançar o segundo volume, a Panini coloca nas bancas o terceiro encadernado de Y - O Último Homem, Um Pequeno Passo, algo digno de elogios, se o leitor pensar que a série já passou por duas editoras nacionais (Opera Graphica e Pixel), que não passaram da segunda parte da série.

Com um fio condutor pós-apocalíptico, a trama se desenvolve sobre o suposto vírus que dizimou o gênero masculino da face da Terra, mas, desta vez, narrada de uma forma mais amena e divertida.

O ilusionista Yorick Brown e seu macaco Ampersand são os últimos representantes do sexo masculino, que, ao lado da agente secreta 355, seguem rumo para a Califórnia, onde a bioengenheira Allison Mann tentará achar o porquê da praga.

O caminho percorrido, como sempre, é cheio de percalços.

Desta vez, uma paramilitar russa encontra com o grupo e conta sobre uma suposta cápsula espacial que está retornando à Terra. Nela, estão três astronautas, sendo dois deles do sexo masculino.

Um bando de mulheres do exército israelense aparece para complicar a situação, demonstrando interesse não só pelos astronautas, mas pelo próprio Yorick.

Brian K. Vaughan, experiente em escrever séries para TV e ciente de que a HQ ia bem, dá uma esticadinha na história, mudando um pouco o tom de sua narrativa - deixando de lado as reviravoltas do meio para o fim do arco.

O roteirista mantém seu estilo cheio de referências à cultura pop, colocando Yorick em situações bastante constrangedoras e deixando evidente até os sentimentos da agente 355 para com o rapaz.

Os diálogos discorrem de maneira elegante, seja quando o assunto é super-heróis, ciência, política ou, simplesmente, na construção psicológica dos personagens. Ponto alto deste escritor.

A arte não se deixa levar pelo texto, construindo momentos de imagens silenciosas que poderiam ser perfeitamente executadas em telas de cinema.

Usando a máxima de que uma imagem vale por mil palavras, deve-se ressaltar que a arte de Pia Guerra sempre dialoga muito bem com o roteiro perspicaz de Vaughan.

O melhor exemplo disso está na página 114, na qual a preocupação da agente 355 com Yorick não precisa ser descrita em palavras.

O que mais chama a atenção neste volume são as duas últimas histórias, sobre uma trupe teatral que vai, de cidade em cidade, apresentar peças pouco convencionais a qualquer plateia que ofereça alimento ao elenco.

Ao retratar como uma sociedade de mulheres recriaria a discussão e o consumo de cultura, o autor não faz muito esforço para sair da ingenuidade, já que elas encenam peças sobre piratas para desmistificar o mito dos sexos.

No entanto, os diálogos exploram referências shakespearianas, mostrando um Vaughan nunca visto antes: um mimetizador.

A referência mais clara aqui é que o roteirista está tentando chutar tão alto quanto seu colega de profissão Neil Gaiman, que, anos atrás, colocou Sonhos de uma Noite de Verão em meio aos acontecimentos de Sandman.

Felizmente, Vaughan se restringe à comédia, deixando a dramaticidade para temas que passam longe dos palcos teatrais, e a história encerra com uma fala de Yorick que certamente arrancará um sorriso do leitor.

Classificação:

4,0

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