YUKI - VINGANÇA NA NEVE # 1
Título: YUKI - VINGANÇA NA NEVE # 1 (Conrad
Editora) - Série em seis edições
Autores: Kazuo Koike (texto) e Kazuo Kamimura (arte).
Preço: R$ 12,00
Número de páginas: 192
Data de lançamento: Agosto de 2006
Sinopse: Yuki nasceu na cadeia, filha de uma condenada à prisão perpétua e de seu anônimo estuprador. Seu arriscado parto, que culminou com a morte de sua mãe, teve um único objetivo: vingar o pai e o jovem irmão da garota, que morreram em uma emboscada.
Quando cresce, Yuki se torna uma habilidosa - e sexy - assassina.
Positivo/Negativo: O bom desempenho de Lobo Solitário nos últimos dois anos chamou atenção para Kazuo Koike, um mangaká clássico, mas ainda capaz de mobilizar o leitor brasileiro.
No ano passado, além de Yuki, da Conrad, a Panini trouxe ao país outro título do autor: Crying Freeman. A esta altura, já dá para traçar não só um panorama das obras isoladamente, mas também do roteirista em si.
Fica claro desde o começo que Koike tem fetiche por matadores como protagonistas. Se, no começo, seus personagens soam frios, quase inumanos, ele vai desenvolvendo-os até que conquistem os leitores. Mas o roteirista está longe de ser monotemático. Sua riqueza está nos argumentos riquíssimos, em enredos brilhantes e na capacidade de passear por diferentes períodos cronológicos.
Lançado originalmente em 1972, Yuki - Vingança na Neve se passa no Japão no começo da era Meiji (1868 a 1912), bem depois de Lobo Solitário e muito antes de Crying Freeman. De certa forma, é uma exacerbação da vingança de Itto Ogami - em Yuki, tudo é mais dramático, radical e sem nenhum escrúpulo.
A garota não tem honra alguma e topa tudo para cumprir a missão dada por sua mãe. Soa como Kill Bill - e diz-se que Yuki foi uma das inspirações para Quentin Tarantino criar A Noiva (mas como o diretor é um verdadeiro liquidificador de cultura pop, sabe-se lá...). Fato é que a morte do comerciante de riquixás é definitivamente imperdível e elegantemente tarantinesca.
Yuki também é mais ousado na narrativa - não só porque começa no meio da missão para, capítulos depois, contar as origens, mas também numa transição quadro a quadro mais frenética, com recortes e enquadramentos inesperados.
É uma pena que, apesar da diagramação genial, o desenho de Kamimura não acompanhe. O artista é um pouco duro e vários de seus quadros frustram. Algumas vezes sua arte funciona (como na composição da belíssima capa de Marcos R. Sacchi, da Conrad), em outras, não.
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