Título: ZAGOR ESPECIAL # 7 (Mythos
Editora) - Revista sem periodicidade regular
Autores: Moreno Burattini (roteiro) e Marco Laurenti (desenhos).

Preço: R$ 14,90

Número de páginas: 192

Data de lançamento: Setembro de 2006

Sinopse: Zagor e Chico continuam sua luta para provar a inocência do irmão de sua amiga Rita, Elias. Eles guiam um grupo de corajosos prisioneiros para fora dos muros da cadeia de Waterwall, ao mesmo tempo em que enfrenta índios belicosos, traidores na própria equipe e um vilão inesperado.

Positivo/Negativo: Esta segunda (e última) parte da aventura é mais movimentada e dinâmica que a anterior. Zagor praticamente não fica parado. Os perigos abundam: índios sanguinários, Baby Sullivan - disposto a vingar-se a qualquer custo - e um traidor que Rita havia descoberto na edição passada.

A aventura começa em ritmo frenético, com uma heróica defesa do grupo liderado pelo Espírito da Machadinha. Zagor revela-se não apenas um grande guerreiro, mas um hábil estrategista: sempre procura evitar perdas, calcula riscos e é sábio em suas decisões. Chico o acompanha, quase sempre calado.

Aliás, a principal falha da trama é algo bastante recorrente nas últimas histórias do Senhor de Darkwood: Chico está extremamente descaracterizado, diferente demais do idealizado pelo criador Guido Nolitta: não há o típico humor físico, apenas o verbal. O gorducho está competente, dificilmente faz uma besteira inacreditável, como nos velhos tempos. Até o traço de Laurenti o faz mais seguro de si e despido do aspecto grotesco habitual.

Laurenti, aliás, é um dos grandes motivos para a história funcionar, pois seus desenhos enchem os olhos - as cenas das páginas 135 e 136 são perfeitos exemplos da grande força narrativa alcançada pela dupla de autores. A ilha das serpentes apresenta um conto do eterno confronto da epopéia do oeste, entre brancos e nativos indígenas - Burattini mostra que o ódio e a intolerância não são exclusividades de nenhuma etnia. E Zagor consegue, de novo, mostrar que a paz, a compreensão e a justiça podem ser difíceis de conseguir, mas são possíveis, apesar das dores, decepções e mentiras pelo caminho.

A revista traz ainda uma boa análise da história, escrita por Vincenzo Oliva, separando as duas metades da aventura. A capa de Gallieno Ferri é, mais uma vez, belíssima e sugestiva. A segunda página apresenta uma capa que não pôde ser publicada, pois o gibi brasileiro juntou duas edições italianas em apenas uma, desperdiçando assim a imagem.

Para aqueles que procuram uma aventura interessante e ágil, Zagor Especial # 6 e # 7 apresentam uma oportunidade de conseguir angariar boas horas de entretenimento e diversão. Mas quem procura personagens mais profundos e histórias mais reflexivas e dramáticas também ficará satisfeito com O pântano dos condenados / A ilha das serpentes.

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