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Reviews

Zero Eterno # 2

3 julho 2015

Zero Eterno # 2Editora: JBC – Série em cinco edições

Autores: Naoki Hyakuta (história original) e Souichi Sumoto (desenhos) – Originalmente publicado em Eien no Zero (tradução de Naguisa Kushihara).

Preço: R$ 23,90

Número de páginas: 208

Data de lançamento: Maio de 2015

Sinopse

“Kyuzo Miyabe, o homem mais covarde de todo o serviço aeronaval…!”, disse o veterano Ishioka. Mas mesmo ouvindo este relato nada animador sobre o caráter de seu avô, piloto de um Mitsubishi A6M Zero durante a Segunda Guerra Mundial, os irmãos Kentaro e Keiko não irão desistir de descobrir a verdade.

Agora, é a vez de Kentaro voar até o Sudeste do Japão para conversar com outro veterano, Kanji Ito, o segundo tenente da Marinha reformado.

Desta vez, parece que a impressão sobre a pessoa de Miyabe é bem diferente da anterior, ao passo que o ex-oficial conta o que realmente aconteceu no fracasso do ataque a Pearl Harbor, campo que Miyabe e Ito lutaram lado a lado.

Positivo/Negativo

O ataque do Japão a Pearl Harbor, fator decisivo da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, no final de 1941, e a igualmente decisiva Batalha de Midway, que aconteceu seis meses depois, são os dois cenários colocados neste segundo volume de Zero Eterno.

Assim como na edição anterior, novamente Souichi Sumoto combina a leveza no traço dos personagens com a precisão nos detalhes, principalmente nas aeronaves e outros equipamentos bélicos, como os encouraçados, porta-aviões e destróieres. Os ângulos vertiginosos dos ataques aéreos ganham força na linha de ação impressionante.

Adotando a estrutura narrativa de um depoimento por volume, neste a impressão do entrevistado com Kyuzo Miyabe é mais simpática, o que deixa o protagonista/investigador Kentaro Saeki mais tranquilo.

Numa época em que os soldados ansiavam por entrar na guerra e oferecer suas vidas pelo Império japonês, Miyabe só pensava em preservar a própria. Uma atitude vista como inadmissível naqueles tempos.

De acordo com a perspectiva do novo depoente, um segundo tenente reformado que serviu no porta-aviões Akagi, símbolo da marinha imperial nipônica, a morte fazia parte do cotidiano e por isso os valores eram considerados bem diferentes no cenário de hoje.

No presente, o autor coloca mais uma personagem: uma garota amiga da filha do ex-oficial, também interessada pelo tema. Aqui, ela serve como reforço dos contornos reflexivos de Kentaro, que estava estagnado na vida, mas que está encontrando um motivo para “se mover” através da história do misterioso avô.

Numa contextualização histórica, o leitor ganha mais detalhes de como se deu o início da famosa Guerra do Pacífico. Sumoto explora como os japoneses se sentiram confiantes com as ininterruptas vitórias desde o ataque-surpresa a Pearl Harbor, o que contribuiu para a derrota decisiva em Midway.

Sem ser didático, o quadrinhista traça toda a estratégia norte-americana, que utilizou os bombardeiros de mergulho, aeronaves que desferiram o derradeiro golpe da batalha contra as forças imperiais japonesas.

Com uma investida que utilizou torpedeiros sem caças de escolta, o leitor percebe que até os Estados Unidos, de certa forma, tiveram seus kamikazes, os pilotos suicidas bastantes atuantes do outro lado.

Repetindo a mesma qualidade gráfica da edição anterior, o título da JBC apresenta um formato 13,5 x 20,5 cm, papel offset, capa cartonada com laminação fosca, orelhas e um bem-vindo e detalhado glossário sobre termos, lugares e fatos históricos para situar melhor o leitor na trama.

Adaptação de um best-seller homônimo (inédito no Brasil) que já vendeu mais de quatro milhões de cópias, Zero Eterno mantém sua altitude e se estabelece como um forte candidato ao melhor lançamento de mangá deste ano.

Classificação

4,0

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