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Resenha: Liga da Justiça aposta no carisma dos personagens e do elenco

15 novembro 2017

A chegada de um poderoso ser em busca de misteriosos artefatos ameaça o planeta. Com o Superman morto, a última linha de defesa para impedi-lo é a união de cinco heróis com habilidades e personalidades diferentes – Batman, Mulher-Maravilha, Flash, Aquaman e Cyborg –, que precisarão superar as dificuldades para vencer a batalha.

Como se pode ver, a história é similar à maioria dos longas do gênero. Após filmes cercados de polêmicas, muitos deles massacrados pela crítica, a Warner Bros. e DC Entertainment fazem uma aposta segura em Liga da Justiça.

Não que a produção tenha sido tranquila. Vários boatos e rumores, por vezes críveis e por outras surreais, surgiam em doses diárias. O ápice da turbulência aconteceu seis meses antes da estreia, quando o diretor Zack Snyder se afastou do projeto durante a fase de pós-produção, devido a uma tragédia familiar, o suicídio de sua filha Autumn Snyder.

Liga da JustiçaLiga da Justiça

No lugar dele, assumiu Joss Whedon, o diretor de Os Vingadores. Ele já vinha trabalhando com Snyder reescrevendo cenas para o período de regravações, e acabou por assumir a tarefa de gravá-las e finalizar o longa-metragem.

O resultado final é um filme mais leve, com momentos de alívio cômico e muita aventura, cuja força principal está na química entre os atores, a dinâmica da equipe e o carisma dos personagens.

A boa caracterização dos seis super-heróis deixa o público interessado na trama e segura a projeção ao longo de suas duas horas. Todo o elenco faz um bom trabalho, e os atores parecem estar confortáveis em seus respectivos papéis. Inclusive os novatos, com destaque para o energético Ezra Miller como Barry Allen.

Além disso, vários easter eggs permeiam o filme e chamarão a atenção dos fãs de quadrinhos mais atentos.

A trilha sonora desenvolvida por Danny Elfman, ainda que não apresente um tema marcante para o grupo, busca reconciliar a DC com seu longo legado cinematográfico, ao usar acordes dos clássicos temas do Superman, criado por John Williams, em 1978; e Batman, do próprio Elfman, de 1989. Esses momentos certamente terão significado especial para os fãs nostálgicos.

Entretanto, o filme tem problemas.

Liga da Justiça

Começando pela ameaça aos heróis, Lobo da Estepe é o típico vilão genérico. Sua única função é servir como catalisador para a Liga da Justiça se unir, e seus propósitos, motivações e origens são explicados de forma muito superficial. Quem não é familiarizado com o personagem e sua relação com os Novos Deuses e Darkseid (ambos mencionados de passagem), terá dificuldades de entender o que realmente está acontecendo. O mesmo pode ser dito no caso das Caixas Maternas.

Além disso, muitas pontas deixadas no filme anterior, Batman vs. Superman – A origem da justiça, não são amarradas. E parecem ter sido abandonadas.

A narrativa também não flui de forma ideal. É possível perceber cortes em cenas e transições, com resoluções que não ficam inteiramente explicadas.

O motivo para esses dois problemas pode estar nos bastidores da produção. Além das refilmagens e mudanças no roteiro (que não sabemos ainda a extensão, mas certamente aconteceram), a ordem do CEO da Warner Bros., Kevin Tsujihara, em manter o corte no limite de duas horas fatalmente teve efeito no produto final.

Isso é facilmente visto nas muitas cenas usadas em trailers e outros materiais de divulgação que não estão no filme. Inclusive algumas consideradas importantes, que serviram de base para análise e rumores da imprensa e dos fãs.

Não seria surpresa alguma lançarem uma versão estendida em home vídeo, como aconteceu com Batman vs. Superman – A origem da justiça. E, no caso de Liga da Justiça, o que não faltam são cenas deletadas.

Liga da Justiça

Para resumir, a empatia com os personagens é o que fica com o público e deixa uma boa sensação ao sair da sala de cinema. E a percepção de que a DC está atenta às críticas para ajustar o curso de seu universo cinematográfico. O discurso sobre esperança que é passado, inclusive com o retorno do Homem de Aço, também serve para nos deixar mais esperançosos com o que há por vir nas telonas.

Ainda que não seja um filme perfeito (nenhum é), há pontos positivos para esta retomada, que devem divertir mais pessoas do que Batman vs. Superman.

E atenção! Liga da Justiça possui duas cenas pós-créditos.

A primeira é um grande fan service que ressoará principalmente com os fãs do Universo DC, pois recria um momento clássico dos quadrinhos.

Já a segunda foca nos planos de futuros filmes da franquia.

Liga da Justiça
Duração: 121 minutos
Estúdio: Warner Bros.
Direção: Zack Snyder
Roteiro: Chris Terrio e Joss Whedon
Elenco: Henry Cavill, Ben Affleck, Gal Gadot, Jason Momoa, Ezra Miller, Ray Fisher, Amy Adams, Diane Lane, Jeremy Irons, Connie Nielsen, Billy Crudup, J.K. Simmons, Amber Heard e Joe Morton.

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